Quem realmente deseja conhecer o universo dos perfumes precisa ter um conhecimento de como são extraídos os óleos essências, que as matérias-primas deles. Os métodos de extração variam não apenas na facilidade e no custo de extração, mas também no resultado do aroma.
Um óleo essencial pode ser definido como o material volátil presente nas plantas, com odor e fragrância característicos que consiste de uma mistura complexa de substâncias. Eles são encontrados em diversas plantas, nas flores, folhas raízes, casca, caule e sementes. Encontram-se em formas de pequenas gotas entre as células das plantas, onde agem como hormônios reguladores e catalisadores.
Na maioria das vezes, os óleos essenciais são fluídos, porém, alguns são sólidos na temperatura ambiente, como é o caso da cânfora. Eles podem ser obtidos por vários métodos de extração.
O método mais simples e mais barato – ainda largamente empregado – é o da prensagem das cascas de frutas cítricas, cujo extrato é depois decantado.
Para as demais matérias primas as opções mais utilizadas atualmente são a destilação a vapor (que começou a ser feita pelos árabes no século IX), a extração por solventes a extração por CO2 supercrítico.
A destilação a vapor serve para capturar os óleos essenciais que as plantas sintetizam e armazenam em células secretoras.
A extração por solventes consiste em deixar o material imerso em substâncias químicas como hexano e álcool etílico. Depois de algum tempo o solvente é recolhido e passa por evaporação para obter a matéria prima que é conhecida como absoluto.
A diferença de rendimento entre a destilação a vapor e extração por solvente é enorme: pelo método de destilação a vapor são necessárias quatro toneladas de pétalas de rosa para cada quilo de óleo essencial, enquanto um quilo de absoluto requer apenas uma tonelada.
Mas não é só na quantidade da substância que a extração por solvente é mais vantajosa: por trabalhar com baixas temperaturas, o cheiro natural da matéria-prima acaba sendo melhor preservado.
A extração com CO2 supercrítico é o método mais recente e consiste em deixar o dióxido de carbono sob uma pressão superior a 1.073 PSI e uma temperatura baixa Celsius, tornando-o um fluído capaz de preencher um recipiente como um gás, porém com a densidade de um líquido. Além de não poluir, esse método produz um absoluto com o cheiro original da matéria prima já que a extração é feita a baixa temperatura.
A extração do absoluto do jasmin
O jasmim-da-espanha e rosas centifólias são as flores mais caras do mercado para a elaboração de perfumes. No caso do jasmim, por exemplo, durante 100 dias de sua colheita, as flores são arrancadas uma a uma, entre 5 da manhã e meio dia, antes que o sol castigue a florada da noite anterior – o jasmim floresce à noite a partir das 19 horas. As flores são cuidadosamente colhidas e colocadas em cestos de palha forrados com pano de algodão umedecido para manter o frescor. Em seguida são levadas para uma usina, onde em 1 hora , por maceração e destilação se transformam no absoluto. Quanto menos tempo se perde entre as flores recém colhidas e a transformação, mais se preserva o cheiro original.
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